Por Leo Fernandes
Viver no Rio de Janeiro está cada vez mais difícil. Nos últimos tempos, tem saído notícias nos mais diversos meios de comunicação a respeito do grande aumento da violência da outrora Cidade Maravilhosa. Engana-se que essa onda de desordem é recente. Isso é um processo que vem evoluindo lentamente com o passar dos anos.
Tudo começou com a formação da Falange Vermelha, facção criminosa formada nos anos 70 com a união de guerrilheiros de esquerda e bandidos das favelas cariocas, presos no presídio de Ilha Grande pelo Governo Militar. Com o enfraquecimento do Regime, passando aos poucos o poder aos civis, alguns destes guerrilheiros foram sendo soltos, muitos seguiram a carreira política, outros, seguiram o caminho do tráfico de entorpecentes, escolhendo ficar nas comunidades cariocas exercendo uma espécie de poder paralelo.
No início dos anos oitenta, o gaúcho Leonel Brizola foi eleito governador do Estado do Rio de Janeiro. Uma das medidas mais polêmicas de Brizola foi proibir a Polícia Militar de realizar operações dentro das comunidades do Rio de Janeiro. Com isso ele conquistava a simpatia das camadas mais pobres, porém, sem a interferência da força policial, o tráfico de drogas na cidade cresceu rapidamente. No governo seguinte, houve uma tentativa da polícia de coibir o crime organizado nas favelas, porém, o estrago já havia sido feito. Policiais subiam os morros portando revólveres calibre 38 para enfrentar bandidos que usavam fuzis AR-15 e escopetas 12.
Os políticos que foram assumindo posteriormente foram fazendo políticas de segurança pública uma mais equivocada que a outra. O ponto alto foi em 2003 onde os traficantes fecharam quase todo o comércio do Rio de Janeiro. Tal dia ficou conhecido como “Segunda Sem Lei”. Com os eventos internacionais sediados pela cidade ajudaram a maquiar um pouco a situação da segurança, porém, sempre por pouco tempo, pois o carioca já estava acostumado com tiros de guerras entre facções rivais ou traficantes e policiais nas comunidades, assaltos, arrastões nas praias durante o fim de semana ou feriado.
Ultimamente os bandidos perderam ainda mais o respeito pelas autoridades. Só em 2017 mais de cem policiais, seja em serviço, na reserva ou em folga. Os assaltos aumentaram, latrocínios, idem. O Rio virou um verdadeiro caos e o atual governador ainda pretende desarmar a população de bem...Onde vamos parar com essa anarquia?
Infelizmente nós cariocas estamos a mercê dos bandidos e nunca nos apegamos tanto na fé para que possamos sair de casa, trabalhar e voltar para os nossos familiares com segurança.
0 Comentários
Os comentários ofensivos e anônimos serão apagados. Daremos espaço à livre manifestação para qualquer pessoa desde que não falte com o respeito aos que pensam diferente.