
Em sabatina à Folha de São Paulo, UOL e SBT, a pré-candidata à presidência Marina Silva criticou o presidente Michel Temer pela sua postura diante da greve dos caminhoneiros.
“Fazendo no olho do furacão, com a pressão política, a mensagem que passou externamente é que a Petrobras não se está se comportando de acordo com as regras do mercado. E aí vai uma desvalorização das ações da Petrobras na ordem de 11%”, disse Marina.
De acordo com a pré-candidata, o governo precisa se antecipar aos problemas, e “não agir quando as coisas estão praticamente fora de controle”.
“Mas esse governo não tem condição de se antecipar a nada, porque ele vive o tempo todo na berlinda: na berlinda da falta de credibilidade, de falta de popularidade, de compromisso com a sociedade brasileira”, afirmou.
“Se por um lado você não pode ter uma atitude dogmática contra a lógica do mercado, você não pode ter uma prática dogmática em relação ao mercado. Ninguém altera a tarifa de luz todo dia por causa da variação do dólar”, afirmou a pré-candidata da Rede.
“A lei da Ficha Limpa diz que ninguém que é condenado em segunda instância —é claro que resguardados todo o trâmite legal e o direito à defesa— pode ser candidato”, disse. “Por mais relevante que a pessoa seja politicamente, economicamente, socialmente, a lei não pode se adaptar às pessoas. As pessoas é que tem que se adaptar à lei", comentou Marina sobre a prisão do Lula.
Sobre a sua relação com o Congresso em uma possível presidência, ela disse: “A primeira coisa é não negociar princípios: não posso ter uma base que vota nas propostas que são justas para a sociedade brasileira comprando o voto dessas pessoas. Isso é inadmissível numa democracia, numa república”. Ela ainda disse mais: “Tem muita gente boa no banco de reserva. E essas pessoas precisam entrar em campo”, disse. “Não é a lógica do partido pelo partido. É a lógica de ter um grupo de parlamentares que se orientam por princípio". Ela ainda continuou: “O problema é que os que têm essa maioria com centrão, confusão, esculhambação, não estão governando. E não estão trazendo essas maiorias. Estavam todos que nem barata tonta no Congresso ontem, no meio dessa crise grave de abastecimento”, disse. “Essa fórmula não funciona. Tem que acreditar que a gente pode compor uma nova maioria.”
Em relação a economia, ela afirmou que manterá o tripé macroeconômico (superávit primário, câmbio flutuante e meta de inflação".
Sobre a PEC do teto de gastos ela disse: “O governo quis dar um sinal, mas foi um sinal que não resolve o problema”, disse. “Sou a favor do controle do gasto público, (…) o que eu não concordo é fazer isso congelando o orçamento público por 20 anos. Isso não é inteligente”. Para ela, o gasto público tem que estar atrelado ao crescimento do PIB.
A informação é da Folha de SP
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