Para Filipe G. Martins, Governo precisa resgatar e proteger discurso conservador
O Assessor Especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Filipe G. Martins, comentou a nova estratégia do establishment de disparar ataques contra os militares. Filipe argumentou que a iniciativa se deve a uma crença do próprio establishment de que a base popular conservadora de apoio a Bolsonaro já estaria enfraquecida.
Temos então uma conclusão óbvia: o establishmemt só se sente confortável para atacar os demais pilares do governo, agora, porque acredita ter enfraquecido o pilar fundamental, aquele que oferece as razões de ser do governo e é capaz de justificar suas ações no debate público.
Filipe afirmou que a nova iniciativa do establishment ocorre após um longo período de ataques a chamada "ala ideológica", que é justamente o grupo de pessoas que defende as pautas mais concretas que levaram Jair Bolsonaro à presidência da república. O assessor de Bolsonaro apontou que o próprio Governo deixou-se levar por esse artifício, reduzindo o espaço do conservadorismo nas suas bandeiras.
Isso significa que, ao permitir que o discurso político-ideológico que lhe dá sustentação seja enfraquecido, o governo se coloca sob o risco de ser submetido a uma situação na qual suas únicas opções aceitáveis são aquelas predeterminadas pelos senhores da ideologia dominante.
Filipe G. Martins defende que o Governo tem como única saída para reverter essa situação o resgate e a proteção da base que originou a vitória de Bolsonaro nas urnas, ou seja, o discurso conservador.
Portanto, a única forma de reverter a situação e salvaguardar as propostas que foram escolhidas nas urnas, bem como diminuir os custos políticos do apoio ao governo e proteger quem com ele colabora, é resgatar e proteger a base originária do governo e seu discurso conservador.
Confira a sequência completa de tweets feitos por Filipe:
1. Depois de um longo período atacando a chamada "ala ideológica", grupo que forma a base de apoio originária e mais fiel do Presidente, o establishment já se sente à vontade para eleger novos alvos e agora direciona seus ataques contra os militares que integram o governo.— Filipe G. Martins (@filgmartin) July 14, 2020
2. Esses ataques, dirigidos tanto a indivíduos quanto às instituições que eles representam, visam minar mais um dos pilares de sustentação do governo, elevando os custos políticos para que integrantes das Forças Armadas apoiem o projeto escolhido pelo povo brasileiros nas urnas.— Filipe G. Martins (@filgmartin) July 14, 2020
3. Os motivos pelos quais isso está ocorrendo agora são diversos, mas todos passam pela percepção (justa ou não) de enfraquecimento do núcleo político-ideológico do governo, que antes dava unidade ao projeto e sentido às escolhas que desafiavam as convenções do establishment.— Filipe G. Martins (@filgmartin) July 14, 2020
4. Esse núcleo político-ideológico sempre foi associado ao que chamam de ideologia bolsonarista, que nada mais é do que o discurso que articula as razões e justificativas das propostas e políticas defendidas pelo PR Bolsonaro nas eleições de 2018 e que prosperaram nas urnas.— Filipe G. Martins (@filgmartin) July 14, 2020
5. Com o enfraquecimento desse núcleo, esse conjunto de razões e justificativas vem perdendo força e dando lugar a uma forma de neutralismo tecnocrático que, por natureza, é incapaz de desafiar a ideologia dominante e justificar ações que não sejam consideradas técnicas por ela.— Filipe G. Martins (@filgmartin) July 14, 2020
6. Isso significa que, ao permitir que o discurso político-ideológico que lhe dá sustentação seja enfraquecido, o governo se coloca sob o risco de ser submetido a uma situação na qual suas únicas opções aceitáveis são aquelas predeterminadas pelos senhores da ideologia dominante.— Filipe G. Martins (@filgmartin) July 14, 2020
7. Ou seja, com o enfraquecimento desse discurso, o governo se vê obrigado a aceitar apenas propostas e políticas consideradas aceitáveis pelo establishment. Quando não aceita, acaba sendo rotulado de tudo, até de genocida, e o custo político de defendê-lo vai se elevando.— Filipe G. Martins (@filgmartin) July 14, 2020
8. Temos então uma conclusão óbvia: o establishmemt só se sente confortável para atacar os demais pilares do governo, agora, porque acredita ter enfraquecido o pilar fundamental, aquele que oferece as razões de ser do governo e é capaz de justificar suas ações no debate público.— Filipe G. Martins (@filgmartin) July 14, 2020
9. Portanto, a única forma de reverter a situação e salvaguardar as propostas que foram escolhidas nas urnas, bem como diminuir os custos políticos do apoio ao governo e proteger quem com ele colabora, é resgatar e proteger a base originária do governo e seu discurso conservador.— Filipe G. Martins (@filgmartin) July 14, 2020
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